quinta-feira, 30 de junho de 2022

A Existência é o Bem

 

Uma Explicação Poética do Bem na Espiritualidade
 
 O poeta Khalil Gibran completa a explicação de Kardec sobre a inexistência de demônios, que na verdade nada mais são do que seres desencarnados infelizes. 
 Ele também completa uma explicação teológica presente em algumas religiões como em alguma vertente do budismo. O todo, ou todo cosmo/ toda criação, a verdade, pode ser comparado com Deus, único, onipresente e onipotente em sua bondade infinita. Seu oposto é o nada que é a mentira a maldade. Parece estranho? Talvez, mas observemos o poema de Gibran: 
 "E um dos anciãos da cidade disse: Fala-nos do Bem e do Mal. 
 E ele respondeu: 
 Do bem dentro de vós, eu posso falar, mas não do mal. 
 Pois o que é o mal além do bem torturado em sua própria fome e sede?" 
 "Quando sois bons, sois inteiros. Mas quando não sois inteiros, não sois maus. 
 Pois uma casa dividida não é um covil de ladrões: é só uma casa dividida." 
 "sois bons quando buscais dar de vós mesmos. Mas não sois maus quando buscais obter para si mesmos. Pois quando lutais para ganhar, sois só uma raiz ligada à terra que suga em seu seio. Certamente os frutos não podem dizer à raiz: seja como eu, generoso da vossa abundância. Pois para o fruto dar é uma necessidade, como receber é uma necessidade para a raiz". 
 Então, podemos entender que os seres benignos ajudam outros. Porém os que prejudicam os outros são seres enganados. Os primeiros estão acertando, enquanto os segundos estão errando. Inclusive, a origem da palavra pecado (peccátu em latim e hamartáno em grego) vem de hhatá em hebraico, que por sua vez, significa erro. 
 O que almeja o superior, o maior, a Deus, guiado pela verdade, acerta. O que é usado pelo nada, enganado pela mentira, erra. 
 Assim, o primeiro serve a Deus e portanto, serve à todos e/ ou a um bem maior. O segundo serve o mal, simplesmente não presta para coisa alguma e se ele se arrepende sinceramente, torna-se digno de perdão e de uma nova chance, mas enquanto persiste no erro, para nada serve.
 Importante notar que nesta concepção o mau, o nada e o erro / pecado, são praticamente sinônimos o que faz com que o bem, o todo (Deus, na visão teísta) e o certo / a virtude estão interligados entre si da mesma maneira. Assim o egoísta, o orgulhoso/ narcisista, o ganancioso são pessoas erradas, ou seja enganadas, porque não favorecem ninguém além de si mesmos (mais precisamente, não favorecem nem a si mesmos). Isto está relativamente de acordo não só com uma espiritualidade cristã (com qualquer espiritualidade sincera), mas até mesmo com a teoria geral dos sistemas (de que tudo existe por relações e para relações). Não se trata em dizer que pessoas que reconhecemos como más (os avarentos, os violentos, os mentirosos etc) sejam inocentes ou coitadinhas e sim de mostrar como são indivíduos que estão no vício/ no erro. São infelizes, porque nunca estão felizes com coisa alguma 

Leitura ecumênica de "as boas obras", "a oração" e "o amigo insistente"

Aqui continuo com os ensinamentos de Jesus, conforme os textos atribuídos a Mateus e a Lucas:  Fazer as boas obras discretamente (Mateus, Lu...