domingo, 15 de junho de 2025

Leitura sobre Últimos encontros com Jesus

Ressurreição e aparição a Maria Madalena (Mateus, Marcos, Lucas, João)

Eis que no primeiro dia da semana, houve um violento tremor de terra: um anjo do Senhor desceu do céu, rolou a pedra e sentou-se sobre ela. Resplandecia como um relâmpago e suas vestes eram claras como a neve. Vendo isto, os guardas pensaram que morreriam de pavor.

E Maria Madalena, Maria e algumas outras (Salomé) foram ao sepulcro de madrugada (quando amanhecia), levando as especiarias (aromas para ungir) que tinham preparado. Sendo ainda escuro, viram a pedra tirada do sepulcro. E entrando não acharam o corpo do senhor Jesus.

Correram, pois, e foram a Simão Pedro, e ao(s) outro(s) discípulo(s), a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram. E eram Maria Madalena, Joana, Maria, mãe de Tiago, e as outras que com elas estavam, as que diziam estas coisas aos apóstolos. Enquanto elas voltavam, alguns homens da guarda já estavam na cidade para anunciar o acontecimento aos príncipes dos sacerdotes. Reuniram-se estes em conselho com os anciãos e deram aos soldados uma importante soma de dinheiro, ordenando-lhes: Vós direis que seus discípulos vieram retirá-lo à noite, enquanto dormieis. Se o governador vier a sabê-lo, nós o acalmaremos e vos tiraremos de dificuldades. Os soldados receberam o dinheiro e seguiram suas instruções. E esta versão é ainda hoje espalhada entre os judeus. 

Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro. E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou.

Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis,

E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos. Tornaram, pois, os discípulos para casa.

Magdalena (e Maria) estava(m) chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para o sepulcro.

E viu dois anjos vestidos de branco (resplandecente), assentados onde esteve o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.

E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? Maria Magdalena lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram.  E o anjo disse-lhes: Não temais! Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou; Dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite.

E, tendo dito isto, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus.

Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando (pensando) que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.

Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni, que quer dizer: Mestre. Aproximaram-se elas, e prostradas diante dele, beijaram-lhe os pés.

Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.

Maria Madalena foi (com Joana e Maria, mãe de Tiago) e anunciou aos (aflitos e chorosos) discípulos que vira o Senhor, e que ele lhe dissera isto. Quando souberam que Jesus vivia e que ela tinha visto, não quiseram acreditar (pois lhes pareceu um delírio).


Jesus aparece para Maria Magdalena e Maria (sua mãe) de acordo com os apóstolos Mateus e Lucas, mas Marcos e João alegam que ele surgiu primariamente apenas para Magdalena. Em todo caso, a passagem mostra o protagonismo das mulheres - elas que permaneceram junto a cruz onde Jesus foi pregado, foram as primeiras a procurarem Jesus e as primeiras a receberem sua “visita”. 

Maria Magdalena que fôra liberta de “7 demônios” por Jesus, possivelmente recebia uma atenção especial. É possível que ela fosse considerada a décima segunda apóstola por Jesus, mesmo porque o filho de Deus já havia previsto que Judas Iscariotes era um traidor antes mesmo de ser capturado. João ressalta que Jesus a chama pelo nome quando aparece diante dela, certamente indicando o amor puro que sentia por ela.  

Jesus também diz que ainda não subiu para o seu Pai, indicando uma relação com a idéia que ainda não fôra ao reino dos céus. Isto pode ser interpretado como o fato dele realmente estar encarnado pelo fato de ter ressuscitado, porém os espíritas interpretam esta cena e as cenas seguintes de Jesus, como visões, ou seja, o espírito dele estaria visitando seus apóstolos. É uma discussão supérflua, que deixa de lado os temas principais do cristianismo: O amor.  


Os discípulos de Emaús (Marcos, Lucas)

Mais tarde ele apareceu sob outra forma a 2 entre eles que iam para o campo; Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. Iam falando um com o outro sobre tudo o que se tinha passado. Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus se aproximou deles e caminhava com eles. Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram.

Perguntou-lhes então: De que estais falando pelo caminho e porque estais tristes?

Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que aconteceu esses dias?

Perguntou-lhe: Que foi?

Disseram: A respeito de Jesus de Nazaré… Era um profeta poderoso em obras e palavras diante Deus e de todo o povo. Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel, e agora, além de tudo isso, é hoje o terceiro dia que sucederam estas coisas. É verdade que algumas mulheres entre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; e não tendo achado seu corpo, voltaram dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram.

Jesus lhes disse: Ó gente sem inteligência (néscia)! Como sois tardos de coração para crerdes tudo o que anunciaram os profetas! Porventura não era necessário que Cristo sofresse estas coisas e assim entrasse na sua glória? E começando por Moisés, percorrendo todos profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras.

Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaram-no a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia. Então entrou com eles. Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o e partiu-o, e os olhos o reconheceram… mas ele desapareceu. Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos explicava as escrituras?

Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os onze e os que com ele estavam. Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão. Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como tinham reconhecido ao partir o pão, mas estes (os onze) tampouco acreditaram.  


Esta passagem aparece muito resumidamente “em Marcos” e mais detalhada nos textos atribuídos a Lucas. Interessante notar como Cléofas e o outro apóstolo descreveram Jesus como um profeta e também como eles esperavam que ele fosse restaurar a nação de Israel, afinal esta sucumbiu muitos anos antes e a região se encontrava sob domínio do Império Romano.

Cléofas e seu colega também afirmaram que a execução de Jesus era algo publicamente conhecido na região; Jesus por sua vez, em tom crítico, reprova a tristeza deles: Eles deviam saber que Jesus sofreria o que sofreu e que Israel não seria restaurada por ele - Isso porque a ênfase de Jesus sempre foi na lei de amor (piedade, solidariedade, equidade etc) e não em nacionalismos e outras convenções humanas mundanas.  

Por fim, Jesus abençoa o pão, partindo-o e desaparece diante os 2 apóstolos; As religiões católica e protestante predominantemente entendem essas aparições de Jesus como um personagem encarnado (em carne e osso), enquanto o espiritismo explica que elas foram manifestações do espírito de Jesus. Quaisquer obras físicas feitas por Jesus durante “suas aparições” então, de acordo com o espiritismo, teriam sido realizadas através de seu perispírito: o “fluido” (possivelmente radiação eletromagnética) produzido pelo espírito e que serve também como o elo entre este (a alma) e corpo quando encarnado. Uma diferença irrelevante entre as narrativas das passagens de Jesus, porém que incita paixões e ódios quando discutida entre fanáticos de quaisquer tipos.


Aparição aos Discípulos (Mateus, Marcos, Lucas, João)  

Enquanto ainda falavam destas coisas, na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles, quando estavam sentados à mesa, dizendo: “A paz esteja convosco!” 

Perturbados e espantados, pensavam estar vendo um espírito. Mas ele lhes disse: 

Por que estais perturbados, e por que estas dúvidas em vosso corações? Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo. Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. 

Os discípulos se alegraram ao ver o Senhor. 

E (Jesus) censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração, por não acreditarem aos que o tinham visto ressuscitado. E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho (as boas mensagens) a toda criatura. Quem for batizado será salvo, mas quem não crer, será condenado. Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos, e eles ficarão curados.

Depois lhes disse: Isto é o que eu vos dizia quando ainda estava convosco, era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo: Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas, que ressurgisse dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome pregasse a penitência e a remissão dos pecados em todas nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de tudo isso. Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai; entretanto permanecei na cidade, até que sejais revestidos de força do alto.

Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 

Os outros discípulos disseram-lhe: Vimos o Senhor.

Mas ele replicou-lhes: Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos e não puser o meu dedo no lugar dos pregos nem introduzir minha mão no seu lado, não acreditarei.

Oito dias depois estavam os discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse:

A paz esteja convosco!

E dizendo isso mostrou-lhes as mãos e os pés. Depois disse a Tomé:

Introduz aqui teu dedo e vê minhas feridas. Põe a tua mão no meu lado. Apalpai e vêde: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. 

Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou:

Tendes aqui algo para comer?

Então lhe ofereceram um pedaço de peixe assado. Ele tomou e comeu a vista deles.

Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus!

Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!


A aparição de Jesus aos seus discípulos na sala onde faziam a refeição é mencionada nos textos de Marcos, de Lucas e de João. Somente João menciona que o ambiente está fechado/ trancado e que Tomé só viu Jesus, 8 dias após os demais discípulos.

Aqui a sequência está misturada/ trocada: O trecho em que Jesus come o pedaço de peixe é citado só no texto de Lucas, como se Jesus estivesse provando a todos que se manifestou em carne e osso. Marcos, que parece ser mais sucinto, não cita nada disso e João mostra que Jesus só é mais enfático para provar sua presença materializada diante Tomé, pois os demais apóstolos não eram tão céticos quanto o “Dídimo”.

As igrejas católicas e protestantes (evangélicas) classificam tal cena como parte da ressurreição de Jesus. O espiritismo explica que é um tipo de fenômeno mediúnico causado pelo espírito de Jesus que é o mais próximo de Deus: assim Jesus tem o poder de, através de seu perispírito, criar uma forma corpórea idêntica ao seu corpo, através do que Kardec no século 19 estipulava ser um tipo de fluido magnético e/ ou elétrico. Hoje sabemos que o magnetismo e a eletricidade não se manifestam por um fluido e sim por campos/ ondas, pois o eletromagnetismo é radiação, porém a ciência com seus respectivos métodos e pressupostos não podem investigar nem explicar tais fenômenos: geralmente ela parte de que só existe a matéria/ o espaço tridimensional e nada espiritual. Talvez coubesse uma explicação filosófica que possui um método de investigação puramente racional e dialético. Ainda assim a explicação filosófica deveria ter a ética e seu(s) valor(es) universais como pressuposto.

Esses detalhes de como ocorreu a "ressureição" de Jesus, seja a versão das igrejas, do espiritismo ou de qualquer outra espiritualidade ou filosofia, pouco importam pois não tratam dos ensinamentos de Jesus sobre seu amor solidário de coração (mente/ espírito) e de ações. 

Jesus pediu para que os apóstolos pregassem o “evangelho” por todo o mundo. A palavra "evangelho" é grega em sua origem e talvez nem fosse conhecida por Jesus. Dificilmente ele usaria esta palavra como foi escrita nas bíblias nas línguas gregas, latina, portuguesa ou inglesa - ele possivelmente pronunciou um termo como “boa mensagem” ou “boa novidade” (algo equivalente a "ev - angelos") se referindo aos seus ensinamentos de amor divino. Isto vale ser citado para lembrar que Jesus propagou um ensinamento pautado na amizade entre todos humanos - o amor é um bom sentimento, e o que Jesus pregou foi o amor universal - equitativo entre toda a humanidade. Por isso ele disse para João não repreender quem propagasse seus ensinamentos mesmo que este não fosse um discípulo e por isso Jesus citou um estrangeiro como "o próximo" a ser amado e também por isso elogiou o centurião que se mostrou humilde mesmo pertencendo a outra cultura (romana).

Discutir como ocorreu a cena da aparição aos discípulos exatamente ou bradar que somente a sua versão (de sua respectiva religião etc) é correta, é um daqueles assuntos que geram discórdias e disputas que contradizem os ensinamentos do próprio Jesus. Ao longo da história, aproximadamente entre os séculos 4 e 11, os concílios da igreja calaram muitas vozes de cristãos independentes de sua centralização e destruíram muitas obras que discutiam temas como estes e outros semelhantes. Os concílios em grande parte mostraram-se mais imposições e opressões do que conciliações, justamente porque não tinham a ética do amor universal de Jesus como finalidade.

Mesmo a reforma da igreja fomentada por Lutero no século 16, ainda perpetuou dogmas que não estavam centrados nos ensinamentos de Jesus e seu amor universal, ou seja, de diálogo coletivo - Jesus não condenava outros que pregavam seus ensinamentos.


Aparição na Galiléia (Mateus, João)

Os onze discípulos foram para a Galiléia, para a montanha que Jesus lhes tinha designado. Depois disso, tornou Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tiberíades, deste modo:

Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, Natanael (que era de Caná da Galiléia), os filhos de Zebedeu (João e Tiago) e outros dois de seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar.

Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam. Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Quando o viram, adoraram-no, entretanto, alguns (discípulos não o conheceram) hesitavam ainda.  

Perguntou-lhes Jesus: Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer?

“Não” Responderam-lhe.

Disse-lhes ele: Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis.

Lançaram-na e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes.

Então aquele discípulo que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu)e lançou-se às águas. Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes (pois não estavam longe da terra, senão cerca de 200 côvados). Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão.

Disse-lhes Jesus: Trazei aqui alguns dos peixes que agora apanhastes. Subiu Simão Pedro e puxou a rede para terra, cheio de 153 peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.

Disse-lhes Jesus: Vinde e comei.

Nenhum dos discípulos ousou perguntar quem és tu? pois bem sabiam que era o Senhor. Mas Jesus aproximando-se, tomou o pão, lhes deu, e do mesmo modo o peixe. (Então) lhes disse:

Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois ensinai a todas as nações, batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.

Esta já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado.


Mateus e João falam de uma manifestação de Jesus aos seus discípulos na Galiléia; porém o primeiro só menciona a fala de Jesus sobre a importância de se espalhar seus ensinamentos, enquanto o segundo mostra mais um milagre. A autoridade de Jesus indicada por Mateus não contradiz necessariamente seu amor que é o mesmo de Deus que não julga seus filhos, ou seja, não julga vida alguma. É uma autoridade adquirida por Jesus viver os ensinamentos do amor universal de seu Pai - afinal como Deus não amaria TODA a sua criação? Aquele que vive o amor de corpo e alma, ou seja, na prática em suas ações e também na mentalidade sincera, vive os ensinamentos de Jesus e a lei de Deus. Jesus viveu na humildade, sem acumular bens, sem objetificar pessoa alguma, ajudando os mais necessitados e estabelecendo regras para um convívio pacífico entre pessoas de todas as nacionalidades.  

O batismo mencionado no texto de Marcos e de Mateus, é um ritual existente desde a primeira religião abraâmica - o judaísmo (embora outras religiões também possam ter rituais de iniciação similares ou equivalentes). Mostra-se um rito simbólico de purificação; Simbólico porque trabalha elementos da natureza como a água e sua interação com o corpo, mas não se limita a isso: é uma passagem onde o batizado é introduzido ou comprometido na fé da religião em particular. Mais importante que o ato físico, seja qual for, é a mentalidade sincera dos envolvidos (seja por parte do que batiza ou de ambos: o batista e o batizado). Essa mentalidade é pautada pela lei divina que é de amor a todos, uma vontade e um compromisso com o amor universal de Deus.


Profissão de amor de Pedro (Apêndice, conclusão de João)

E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros.

Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me?

E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo.

Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras. E disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. Dito isto, disse-lhe: Segue-me.

E Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia se recostara também sobre o seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te há de trair?

Vendo Pedro a este, disse a Jesus: Senhor, e deste que será?

Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu.

Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria, mas: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?


Jesus pede a Pedro para que este conduza os cristãos. E quando Pedro pergunta sobre “o discípulo que perguntou quem trairia Jesus”, é possível que ele se refira a João (Evangelista). É aceito que João era o mais jovem dos apóstolos e o que mais viveu…


Ascenção (Marcos, Lucas)

Depois (que o Senhor Jesus lhes falou) os levou para Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. Enquanto abençoava, separou-se deles e foi levado (arrebatado) ao céu e está sentado à direita de Deus. Depois de terem o adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo e permaneceram no templo, louvando e bendizendo a Deus.

Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e confirmava a sua palavra com milagres que a acompanhavam.


Como um ensinamento de amor, a palavra de Jesus e de seus discípulos não poderia ser meramente racional: necessita de expressão de sentimento, eis o porquê de adorar e louvar.


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