domingo, 27 de novembro de 2022

O Bem não é só espiritual

 

A espiritualidade não é separável do Bem. O bem aqui refere-se a um conjunto de sentimentos, virtudes e práticas: receptividade, veracidade, amor, amizade, esperança, solidariedade... 
O bem existe, em cada pessoa, em níveis maiores ou menores. E pode ser expresso, pensado e praticado. A expressão é sua exposição, o pensar é sua renovação e o praticar é laborar/ trabalhar e cuidar. 
O bem então deve orientar todos saberes. A religião, a filosofia e a ciência... 

A religião, ou mais atualmente a espiritualidade, deveria ser a expressão do bem que é aproximadamente os sentimentos citados no início do texto. Uma forma de expressar tais sentimentos é amizade. É claro que não se trata de uma amizade superficial ou interesseira, pois a espiritualidade e a religiosidade lidam com o sentir e o sentimento, de maneira profunda e/ ou ampla. 
Esta amizade espiritualizada é uma amizade com o Todo, com a criação... No cristianismo é chamada de amor a Deus e ao próximo como a si mesmo. Ou seja, a verdadeira religião ou verdadeira espiritualidade deveria fomentar a expressão de bons sentimentos. Sendo assim deveria propagar: 
receptividade e criatividade ao invés de impor visões de mundo; 
 amizade e devoção ao bem ao invés de orgulho, clubismo e rivalidade; 
tolerância, misericórdia e esperança ao invés de intolerância, paranoia e ódio; 

A filosofia por sua vez trata da amizade pelo saber, que não é apenas o "amor ao saber" que poderia significar o "gostar de estudar", mas também abrange uma postura de estudar para gostar, ou seja, para propagar o amor e o bem. 
Esta postura de propagar o bem, dá a função à filosofia de difundir a equidade e a liberdade de pensamento. Trata-se de dar chance a todos estudarem o que quiserem e evitar que determinados pensamentos individuais (ideologias excludentes, ou eugenistas, violentas etc) se imponham à sociedade de maneira opressiva. 
O saber filosófico também deve fomentar o progresso, repensando as bases e os métodos de construção de conhecimento.
Por fim a filosofia deve propagar o zelo e atenção ao pensamento. Isto não é apenas uma auto-consciência, mas também o cuidado para que uma forma de pensamento/ ideologia não se espalhe de maneira mentirosa como as manipulações e a boataria (fake news etc). 

Finalmente a ciência deveria trabalhar estudando e resolvendo as questões da vida terrena: A saúde dos seres vivos e todas suas áreas correlacionadas (zoologia, botânica, genética, bioquímica, medicina, fisioterapia, nutrição etc). Deveria se preocupar com o bem-estar dos seres vivos, com o meio-ambiente, desde a utilização de seus recursos até sua preservação (o que abrange as áreas da astronomia, astrofísica, física, geofísica, geologia, mineralogia, geoquímica etc). Por fim deveria estudar e cuidar da gestão da natureza e da civilização com suas relações sociais (através das áreas da sociologia, economia, política, gestão ambiental, agronomia etc). 
Obviamente, assim como existem fenômenos que devem ser estudados por mais de uma área da ciência (multidisicplinar etc), também haverão alguns temas "transitando" entre os saberes científicos/ filosóficos/ religiosos. O que mostra a importância de se pautar pelo bem em todos os saberes.

Leitura ecumênica de "as boas obras", "a oração" e "o amigo insistente"

Aqui continuo com os ensinamentos de Jesus, conforme os textos atribuídos a Mateus e a Lucas:  Fazer as boas obras discretamente (Mateus, Lu...