terça-feira, 20 de junho de 2023

Psique, Infinito e Deus

 

A mente humana pode pensar sobre muito além da vida cotidiana na Terra: Questões do tipo "como tudo começou", "de onde viemos e para onde vamos", certamente são inimaginavelmente antigas na humanidade. Houve um início? (seja chamado de gênese divina, de expansão cósmica, de big bang ou de qualquer outro nome) São questões que não possuem uma resposta definitiva e podem manter muitas pessoas em dúvida, então apresentarei umas idéias que tive para um projeto de conto. Tais idéias foram inspiradas em diversas leituras que fiz desde 2015 ou 2016... Não me lembro precisamente das fontes, mas devem ser textos principalmente das filosofias da Grécia Antiga, um pouco do judaísmo místico e do espiritismo. 

A criação e a vida se tratam de um resgate, feito pela verdadeira eterna esperança. 

Não há simplesmente um ser e um não ser, existir ou inexistir... isto é uma crença simplória típica dos seres "materiais" do universo tridimensional. 

O que há de mais complexo no universo tridimensional? É a psique, seja considerada alma ou mente. No caso da Terra, é a mente do homo sapiens (humana) que contém uma quantidade gigantesca de informação referente a cada fração de tempo vivida e experimentada. Mas não se trata só da cognição (interpretação, racionalidade, memória etc): trata-se também dos vários sentimentos e das expressões, sejam elas expressões mais objetivas/ racionais ou subjetivas/ emocionais. 

Como o universo e as inúmeras formas de vida poderiam surgir do acaso? Acaso é não-causa, nada pode surgir de tal conceito. Os fenômenos tem causas e a causa não pode ser mais rudimentar nem mais imperfeita do que seus efeitos, do que suas produções. 

A vida e todo o universo não são coisas disformes nem sem nexo. Há alguma falta de harmonia eventual? Certamente, mas por isso mesmo existe harmonia e ordem... E se há inteligência em formas de vida minúsculas diante a (infinita) extensão do cosmo, há inteligência na causa de tudo. 

Com reflexões deste tipo, os filósofos naturalistas (pré-socráticos) da Grécia antiga como Anaxágoras, postularam o conceito de Nous, a mente cósmica, passando por um processo de crítica às religiões politeístas da época e sua respectiva "mitologia". 

Os primórdios misteriosos envolvem essa esperança sábia, revolucionária, entendida, responsável, piedosa, determinada e bela... Esta beleza não se refere meramente a aspectos estéticos, pois belo é o que faz bem não só fisicamente, mas principalmente psiquicamente (seja mentalmente ou espiritualmente, o termo psique serve para ambos). Sócrates, que teve Anaxágoras como um de seus mestres buscava tal beleza e assim ele e seu pupilo Platão, aprofundaram as reflexões sobre tais assuntos, trazendo a importância da sabedoria, da razão, do bem, da justiça etc. A partir dos diálogos de Sócrates/ dos textos de Platão, é possível entender que a mente criadora (Nous) postulada pelos filósofos "pré-socráticos" já não era só racional: era boa também, como Deus apresentado pelo cristianismo... 

Entre inimagináveis conceitos de ser e não ser, de existir e não existir, há nuances, graduações... 

Os aspectos mentais criadores "dos primórdios" são puros e em um processo de extensibilidade (de empatia/ ágape, mas que também pode ser um processo de expansão) derramaram suas "lágrimas" de esperança, amor e serenidade/ receptividade sobre o que "era menos, exista menos"... A eterna verdade é pura, criadora mas também é um ciclo, difícil para seres das dimensões mais simples ("inferiores") entenderem. 

Por mais paradoxal que pareça, o "início" foi um "momento" de "criação" (ou talvez de transformação) do eterno ciclo. 

Um resgate, uma esperança amorosa e serena - que vai muito além do espaço-tempo...

Leitura ecumênica de "as boas obras", "a oração" e "o amigo insistente"

Aqui continuo com os ensinamentos de Jesus, conforme os textos atribuídos a Mateus e a Lucas:  Fazer as boas obras discretamente (Mateus, Lu...