segunda-feira, 3 de março de 2025

Jesus ensina toda a humanidade, sem priorizar nação alguma

As 3 passagens seguintes podem parecer tratar temas distintos entre si, mas em algum nível todas indicam que os ensinamentos de Jesus, pautados pelo piedoso amor universal, eram para todos seres humanos de todas as culturas e nacionalidades diferentes entre si (fossem judeus, romanos ou qualquer outro povo). Sendo assim, Jesus não veio salvar um povo escolhido ou "predestinado" e em suas caminhadas pregando o amor universal entre todas as pessoas, ele sabia que incomodaria os mais gananciosos e os mais intolerantes. Ele sabia que seria perseguido e punido por tal tipo de gente sedenta por poder e/ ou por riquezas materiais.

 Parábola do fariseu e do publicano (Lucas) 
E disse (Jesus) também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: 
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.

 As aparências pouco importam: Ainda hoje, passado mais de 2000 anos desde que Jesus pregou seus ensinamentos na Terra, é possível ver muitos líderes religiosos falsos: Fingem-se fiéis fervorosos do cristianismo, quando na verdade estão interessados só em seus ganhos materiais. O fariseu da parábola citada por Jesus, aparece como o religioso preconceituoso que julga os diferentes (chamando todos de cultura e religião diferentes da sua própria, de ladrões, pecadores etc) e se acha melhor do que os outros, exibindo-se de seus esforços.
O publicano não representa apenas o indivíduo discreto, mas também o estrangeiro, que em sua maioria tinha fé diferente da judaica / cristã e que em comparação ao sacerdote hipócrita (seja pastor, padre, bispo etc), é uma pessoa mais sincera, mais humilde e mais fiel a Deus. 
Na época de Jesus, o Império Romano tinha como religião principal seu politeísmo (pagão), sendo o monoteísmo praticamente uma religião particular dos judeus e talvez de outras minorias. Afinal o cristianismo só foi definitivamente aceito no Império Romano no ano de 313 depois de Cristo e as primeiras igrejas cristãs começaram a ser construídas nesta época. Nota-se então que Jesus que viveu 3 séculos antes da propagação do monoteísmo; Em sua época, entre os anos 1 e 33 d.C. e antes disto, os povos falantes das línguas aramaica e hebraica, chamavam o Criador de Javé, ou mais precisamente Yahveh, pois o nome Deus é do idioma latim, ou seja, a língua dos romanos que eram politeístas em sua maioria...
Jesus indica que o publicano, mesmo sendo de uma cultura muito diferente, era mais humilde e mais fiel do que aquele que pertencia à religião "original", ensinada por Moisés, Abraão e os demais profetas (monoteísta, que crê em apenas um Deus). O ensinamento de Jesus é assim porque a verdadeira fé em Deus e em sua lei de amor, não pertence a uma determinada religião, nem a um determinado povo! Não deve-se preferir então, um determinado culto, templo ou nação: Para Deus, todos os seres humanos são seus filhos, os quais ele piedosamente espera no reino dos céus. Como a lei divina é de amor, obviamente o orgulhoso se afasta de Deus, que é piedoso, enquanto o humilde se aproxima.
Fica evidente que os ensinamentos de Jesus tinham uma ética universal como base. A ética do amor piedoso a todas as coisas; 
Ética universal não era uma exclusividade de Jesus, pois já existia na Helade (Grécia) poucos séculos antes da expansão do Império Romano; A filosofia ocidental fundada por Platão e seu mestre Sócrates não citava o amor da forma que Jesus citava, mas era pautada pela ética alicerçada em valores universais como a justiça, a coragem, a moderação e o bem (bondade)/ belo (kalos). Além disto, tal ética era tema central da filosofia que construía conhecimento em diálogo com o naturalismo de filósofos anteriores e com a espiritualidade das cidades/ estado gregas; Fosse essa espiritualidade o politeísmo da cosmogonia (mitologia) homérica-hesiódica, a religião órfica, o "misticismo" pitagórico ou as profecias/ oráculos das pitonisas. Em seus textos éticos que dialogavam com a espiritualidade, Platão mostrou que possivelmente seu mestre Sócrates mencionava o Deus, como entidade única e suprema (criadora de todas as coisas). Embora alguns estudiosos (como André Malta) afirmem que esse deus de Sócrates seja Apolo, é possível que o filósofo grego tenha entendido Deus a partir de Nous, a mente cósmica, conforme Anaxágoras, um de seus mestres, ensinava: Nous seria a mente criadora por trás de toda a harmonia do universo e essa mente seria chamada de inteligência divina por Platão, possivelmente sendo sinônimo do Demiurgo (o Arquiteto criador de todas as coisas). Na obra Fédon, Sócrates aparece discursando como ele entende que essa mente por trás da harmonia do universo, é boa e busca a melhor forma das coisas serem. Assim o Deus citado por Sócrates (e Platão) certamente era justo e bondoso, pois em seus diálogos, Sócrates mostrou-se mais piedoso e mais comprometido com a verdade e com o bem do que religiosos de seu tempo como Eutífron, que empregava um significado falso para a palavra piedade. Apesar da humildade e da sinceridade de Sócrates, ele acabou julgado e condenado à morte pelos seus opositores, uma classe de pessoas constituída por ricos e religiosos de sua cultura e época (a Grécia do ano 399 a.C.).

 Opinião dos judeus sobre Jesus (João) 
Então alguns dos de Jerusalém diziam: Não é este o que procuram matar? 
E ei-lo aí está falando abertamente, e nada lhe dizem. Porventura sabem verdadeiramente os príncipes que de fato este é o Cristo? 
Todavia bem sabemos de onde este é; mas, quando vier o Cristo, ninguém saberá de onde ele é. Clamava, pois, Jesus no templo, ensinando, e dizendo: Vós conheceis-me, e sabeis de onde sou; e eu não vim de mim mesmo, mas aquele que me enviou é verdadeiro, o qual vós não conheceis. Mas eu conheço-o, porque dele sou e ele me enviou. 
Procuravam, pois, prendê-lo, mas ninguém lançou mão dele, porque ainda não era chegada a sua hora. 
E muitos da multidão creram nele, e diziam: Quando o Cristo vier, fará ainda mais sinais do que os que este tem feito? 
Os fariseus ouviram que a multidão murmurava dele estas coisas; e os fariseus e os principais dos sacerdotes mandaram servidores para o prenderem. 
Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda um pouco de tempo estou convosco, e depois vou para aquele que me enviou. Vós me buscareis, e não me achareis; e onde eu estou, vós não podeis vir. 
Disseram, pois, os judeus uns para os outros: Para onde irá este, que o não acharemos? Irá porventura para os dispersos entre os gregos, e ensinará os gregos? Que palavra é esta que disse: Buscar-me-eis, e não me achareis; e: Aonde eu estou vós não podeis ir? 
E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. 
Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. 
E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado. 
Então muitos da multidão, ouvindo esta palavra, diziam: Verdadeiramente este é o Profeta. 
Outros diziam: Este é o Cristo; mas diziam outros: Vem, pois, o Cristo da Galiléia? 
Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, da aldeia de onde era Davi? 
Assim entre o povo havia dissensão por causa dele. E alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lançou mão dele. 
E os servidores foram ter com os principais dos sacerdotes e fariseus; e eles lhes perguntaram: Por que não o trouxestes? 
Responderam os servidores: Nunca homem algum falou assim como este homem. 
Responderam-lhes, pois, os fariseus: Também vós fostes enganados? 
Creu nele porventura algum dos principais ou dos fariseus? 
Mas esta multidão, que não sabe a lei, é maldita. 
Nicodemos, que era um deles (o que de noite fora ter com Jesus), disse-lhes: 
Porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz? Responderam eles, e disseram-lhe: És tu também da Galiléia? Examina, e verás que da Galiléia nenhum profeta surgiu. 
E cada um foi para sua casa. 

 As seitas judaicas como os saduceus e os fariseus se apegavam a diversas questões supérfluas, principalmente aos argumentos materialistas. Um dos motivos para recusarem Jesus e seus ensinamentos é porque entenderam que ele nasceu na Galiléia. O local preciso do nascimento de Jesus então, se mostra mais um tema insignificante, cujas discussões em torno só servem para gerar separatividade, discórdia e conflito. Tais seitas priorizavam locais, rituais e posses, diminuindo a importância da equidade, do amor, da humildade e de outros ensinamentos de Cristo. 
 Estas questões materiais sobre Jesus são algumas das causas das dissensões como mencionada nesta passagem escrita por João e também nas cartas de Paulo. 

 Terceiro anúncio da paixão (Mateus, Marcos, Lucas) 
 E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; 
Pois há de ser entregue aos gentios, e escarnecido, injuriado e cuspido; E, havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará. 
Eles nada disto entendiam, e esta palavra lhes era encoberta, não percebiam o que se lhes dizia.

 Os ensinamentos de Jesus são centrados no amor que se manifesta de modo sereno, amigável e piedoso - tudo isto irritava os infelizes, principalmente os gananciosos que nunca estavam satisfeitos com suas posses e bens. Jesus obviamente sabia disto, pois seus ensinamentos priorizavam a humildade e a equidade, que são coisas impensáveis e insuportáveis para os ricos e os poderosos.

 

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