sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Amor não é alucinação

 

Experiências Transcendentais ou Cripto-psíquicas... de Amor 

Amor existe e não é sinônimo de alucinação, embora algumas pessoas que não o conhece, aleguem que ele não existe. Obviamente amor se trata de um sentimento. Há quem diga que seja subjetivo, outros desprezam abertamente e algumas pessoas até tentam distorcer seu significado alegando que se trata meramente do ato sexual (esta última mentira é muito comum no meio musical). Há quem diga que é amar é só apreciar, ou gostar. Outros incluem a confiança como parte do sentimento. E também há quem acredite só no que pode ser expresso, relegando ao amor às condições de paixão, devoção/ amizade ou de solidariedade. Por fim, em uma visão mais espiritual ou religiosa, o amor pode ser ágape - um amor incondicional, piedoso e expansivo. Eu diria que excluindo os que desprezam o amor e aqueles que chamam o sexo de amor, todas as demais classificações estão mais ou menos certas. Afinal sentimento não é ciências exatas e é pouco produtivo tentar explicá-lo empiricamente. 

Pois bem, sem me afastar dos assuntos devoção, amizade e solidariedade, contarei o que me aconteceu no segundo semestre de 2016 (muitos chamam de experiência transcendental, mas elas estão por trás da mente, ou além desta, por isso acho possível chamá-las de "cripto-psíquicas"): 

Eu havia abandonado minha religião no início da minha vida adulta, entre 2000 e 2004. Nos anos seguintes eu fazia orações em algumas noites antes dormir. Mas em uma noite de 2016, fui dormir mais cedo do que eu estava acostumado… Talvez entre 21h30 e 22h00, não tenho certeza. Estava feliz por ter ajudado uma amiga com problemas psicossociais e uma parente com muitos problemas físicos, pois eu sentia uma certeza de que ajudar o próximo era uma das coisas mais importantes em vida. Sentia que a solidariedade poderia resolver a maioria dos problemas do mundo, apesar de “estar em baixa” , além de sentir uma coragem/ não se importar com minha vida econômica diante as injustiças na Terra. Fiz uma oração, grato por ajudar as pessoas, e me deitei ainda sem sono. Aí começou uma estranha experiência: Apaguei repentinamente, como se eu fosse anestesiado. Depois de uma sensação de bem estar, me lembrei brevemente (como em um lampejo) do que passei ao lado de minha amiga. Isto me trouxe uma sensação de superação e tranquilidade. Em um segundo "lampejo" surgiu a imagem de minha parente seguida por uma sensação de alegria. Como em um sonho, comecei a flutuar e então, fui sendo atraído ou puxado em direção a uma luminosidade. É difícil definir se eu “era só a minha mente” ou se eu percebia as coisas com meu corpo todo, apesar de não ter mais discernimento de minha forma. Voei rapidamente me aproximando desta luminosidade e aparentemente de modo involuntário. A sensação aqui é mais difícil de descrever, talvez impossível, pois pode ser considerada muito subjetiva: Transcendência (de ir além do corpo etc). 

Na luz estavam (ou eram) 2 ou 3 seres também luminosos e com formas vagamente humanas. A “cabeça” destes seres eram mais luminosas do que seus corpos ou auras e conforme me aproximei, a sensação, mais uma vez difícil de descrever, era de que os seres de luzes eram não só seres, pois eram lugares também. Seres e lugares repletos de memórias ou consciências que me causaram um grande espanto (diante o incompreensível). Estas "consciências" eram luzes menores que se moviam e quando aproximavam-se umas das outras, eu tive a nítida impressão de que se "comunicavam" ou transmitiam mensagens e/ou sentimentos entre si. Não havia nada a esconder e tudo estava em paz ali, embora eu não tenha decifrado as mensagens e sentimentos. Então numa espécie de tranco, fui empurrado para trás e acordei com uma forte dor no peito. 

Este "sonho" foi mais breve do que esta descrição, pois parece ter acontecido num intervalo de 5 a 10 segundos, no máximo... Ficou uma sensação (ou interpretação) de uma breve mensagem em minha mente, como se eu perdesse o controle de meu pensamento ou como se alguém falasse através de meu pensamento: "Viva a vida" 

Importante mencionar que tal experiência não pode ser produção do meu cérebro: A descrição é limitada pela minha condição atual como ser humano, nitidamente diferente de minha condição naquela experiência. Portanto entendo que não foi só um sonho, pois nunca tive nada parecido em todo meu repertório mnemônico nem em minhas capacidades sensoriais. Sejam espíritos, anjos, seres incorpóreos ou mentes projetadas além do espaço-tempo, pareciam todos em paz. Quando digo que minha condição normal como humano é diferente da minha condição naquela experiência, quero dizer o mesmo que Carl Sagan fala sobre "estar fora de sua experiência" neste famoso vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=WMZNLy0hGEI&t=2s

Analisando de um ponto de vista mais religioso / espiritual, este contato pareceu ter relação com que eu pensava e vivia naquele período: Não almejava um “paraíso” nem temia um “inferno” - apenas acreditava na importância superior da solidariedade e ia vivendo desta forma sempre que possível

Apesar desta experiência, eu pouco mudei meu comportamento durante o ano seguinte. Talvez tenha até "desistido" de ser solidário por alguns períodos. 

Súplica em Humildade 

No 1º semestre de 2019 mais um fenômeno destes que a atual ciência humana não explica aconteceu comigo, mas farei um resumo para evitar delongas em excesso: Desta vez, parece ter desencadeado uma série de experiências ruins, em sua maioria noturnas. Tais experiências na maioria das vezes pareciam presenças incorpóreas de sentimentos ruins que me incomodavam ou atacavam gerando alguns efeitos muito incômodos. Estas presenças de origem externa, às vezes se moviam em minha direção manifestando-se por choques ou empurrões, outras vezes surgiam como sentimentos alheios irrompendo meu aparelho psíquico (como invasão ou arrombamento). Chamei de presenças porque eram como mentes sem um corpo, algo notoriamente externo em relação a mim, e impossível de serem produções do meu aparelho psíquico ou do meu cérebro.

Cerca de um ano depois, passando por tais experiências ruins, em uma noite, entro no estado inicial do sono algumas vezes, mas sinto coisas externas que não pareciam exatamente uma(s) presença(s) e sim as inserções de pensamentos alheios interrompendo meus pensamentos, e inícios de sonho. Não era um mero processo psíquico confuso, era uma série de notórias interferências de origem externa (sem direção definida, afinal não há direções físicas na mente). 

Minha mãe fez uma ou mais orações por mim e foi dormir. Às vezes orações (em geral feitas com sinceridade e humildade) resolviam, mas não esta noite. Então fiquei pedindo a Deus por esperança, enquanto era bombardeado por aqueles elementos psíquicos externos invadindo minha mente. Num momento que começo a dormir novamente, sinto uma forte e enorme presença luminosa. Sinto sua mente vasta e repleta de saber (como se cada partícula da luz que me banhava fosse inúmeros conhecimentos milenares de vidas inteiras) e repleta de bons sentimentos. O sentimento principal, ou essencial, me pareceu amor, como o que senti de minha mãe em alguma fase ou momentos de minha vida, porém mais surpreendentemente intenso e/ ou vasto. Fico em êxtase de modo similar a experiência que tive em 10/2016: Ao mesmo tempo que sinto uma segurança superba, sinto a fraqueza do meu cérebro e/ou mente, como se mal se sustentasse diante a grandiosa presença. Sou erguido como se fosse sair de meu corpo, mas hesito brevemente (preocupado se ia deixar minha mãe) e então sou deixado sobre um tipo de um "grande livro" com folhas em forma de leque constituídas por lâminas cheias de curvas como arabescos ou ornamentos. Este estranho objeto parecia algum tipo de armadilha apesar de banhado pela luz. Após um breve e grande susto, passo entre as supostas lâminas que não me cortam e vejo, como num lampejo entre as inúmeras informações e a glória angelical ou divina, Platão (Sócrates também?), sua obra "A República" e outros sábios e/ou poetas (talvez profetas, santos)… Senti que eles lutaram e lutam pelo bem (verdade, solidariedade etc) através das realidades ou através do espaço/ tempo. Ao acordar com o fim da experiência, sou preenchido de coragem e ânimo. Sinto profunda felicidade e gratidão pois entre os sentimentos percebi um amor (descrito acima) que transcende tudo que senti em vida. O cansaço oriundo de dias dormindo muito mal e outras sequelas como dores de cabeça e de estômago, desapareceram todas. 

Enredamento psico-eletromagnético 

Algumas das experiências desconfortáveis nos meses seguintes se pareciam com ondas eletromagnéticas que me acordavam causando formigamentos, vagos choques e sentimentos ruins forçados ou supressão de meus sentimentos. Sentir estas ondas além do meu corpo trazendo sentimentos ruins completamente diferentes dos meus, como se estivessem tentando sobrepor os meus, me fez pensar: Se certas atividades do sistema nervoso e/ou aspectos do aparelho psíquico são de natureza tão sutil que atravessam o espaço-tempo conhecido, o que uma civilização super avançada faria a respeito disto? 

Depende da mentalidade destes e dos seus respectivos anseios, visões, objetivos etc. Tudo o que cerca a possibilidade de uma civilização mais avançada que a humanidade acaba caindo no que chamamos de ficção. Isto porque o ser humano basicamente é capaz de entender coisas a partir de si como ponto de referência. Talvez com algum esforço e raras experiências, isso pudesse mudar, mas em geral o ser humano ainda se acha o “centro do universo”. E do espaço-tempo, de um possível multiverso e de tudo mais. 

Mas voltando ao tema inicial, essa questão me passou em mente por uma série de motivos. Além das "minhas" experiências tidas como transcendentais e/ou sobrenaturais, esse tipo de reflexão pode ser vista em alguns textos religiosos como sobre o que almejava o mal na época da "construção da torre de Babel" e a história de "Bahubali e seu irmão". Os dois contos falam de uma ambição desmedida e uma ganância sem limites, que desafiam o sagrado e o mundo espiritual. Não importa o quão fictício ou real eles sejam... Estes contos servem para mostrar como o mal pode se esconder atrás do materialismo, seja na forma de conhecimento aplicado à Terra (tecnologia), na forma de domínio político, ou na forma de vício por bens materiais (riquezas, luxo etc). Além da ganância podemos ver como outros motivos, o orgulho (falta de humildade), o ódio ao desconhecido e, a inveja da felicidade, da pureza... 

Mas o que aconteceria se indivíduos fascinados ou viciados em diversos bens materiais alcançassem enorme progresso tecnológico? Isto seria resultado de uma estagnação do desenvolvimento sentimental e possivelmente uma atrofia da empatia e da intuição tão conectadas ao ato de sentir e aos sentimentos. Mas esta atrofia não negaria a natureza das relações. Por exemplo, o indivíduo que não sente, poderia encontrar alguém necessitando de ajuda e faria uma escolha: ajudar ou não ajudar. Não ajudar, como mostra a própria expressão, é um ato de negar. Portanto negar não é neutro, neste caso é prejudicar. Aquele que escolhe prejudicar não é neutro e assim poderia prejudicar de variadas maneiras o indivíduo necessitado. Um enorme progresso tecnológico possivelmente implica em um enorme poder, como descrito no conto hindu de Bahubali e seu irmão Baratha. E poder sem responsabilidade não é uma escolha boa, nem equilibrada, portanto nem mesmo natural. Ela também não pode ser considerada uma escolha divina, sobrando apenas categorizá-la como uma escolha má (literalmente). Para abandonar tal escolha é preciso se abrir ao diálogo, disponibilizar-se ao outro, acolher o necessitado, assumir responsabilidades... São atitudes que giram em torno do eixo receptividade/ amor (que também é uma forma de conhecer, de conhecimento) e esperança. Mesmo que as expressões deste eixo de sentimentos não ajude alguém de modo direto, elas devem, ao menos, gerar inspiração. 

Esforço Vão? 

Tentei descrever estas experiências, mas parece haver um preconceito generalizado com estes tipos de relatos... De fato, existiram e ainda devem existir muitos charlatães e iludidos nestes meios considerados como religioso / místico / sobrenatural / espiritual. Mas a verdade é que isto acontece porque tais assuntos são (ou deveriam ser) centrados nos sentimentos. Neste caso, o assunto não é prioritariamente racional, então a impossibilidade da neutralidade é muito mais evidente no meio religioso e místico do que nos meios acadêmicos, escolares e científicos. Pode parecer desnecessário, mas tentarei falar resumidamente aqui sobre do que se trata as religiões, e portanto, do que se trata toda a espiritualidade e o meio esotérico/ místico: Todos esses meios tratam do espiritual, ou seja, da alma e do além vida (material). E como nós seres humanos somos também de carne e osso, ou seja, materiais, explicar tais assuntos e seus respectivos fenômenos com palavras facilmente torna-se insuficiente. A palavra é naturalmente uma expressão racional, pois segue padrões e não apresenta expressão dos sentimentos (emoções) por si só. O que transforma o sentimento em emoção, são principalmente tons de voz e expressões faciais, como os olhares, sorrisos, movimentos com as sobrancelhas, com a boca etc. 

Daí a importância da oratória neste meio: A utilização das emoções no discurso é o mais próximo de expressar o que realmente importa na religião e no misticismo: os sentimentos como receptividade, amor e esperança. A menos que o orador use a oratória para acusar estranhos, gerar medo, raiva e sectarismo/ clubismo, aí ele é um picareta, crápula, execrável, dejeto humano... 

Brincadeiras a parte, se o orador religioso, espiritual ou místico, usa seus discursos para enganar os outros ou usa com fins egoístas, ele definitivamente não está falando coisas boas. Ele não está propagando nem amor, nem esperança, muito menos a verdade. Está fazendo o contrário de tudo isto. Afinal a base de todas religiões e de toda espiritualidade, assim como a base da ciência, é a humildade. Embora a ciência utilize termos mais técnicos, a ausência de pressupostos necessária para se começar a pesquisar/ estudar algo, é a humildade ou algo muito próximo disto... Com um nome mais descritivo. 

Bom, então porque me parece que meu esforço em descrever minhas experiências ainda foi em vão? 

Porque há clubismos em todos os meios que eu mencionei antes. Sim, estes meios estão cobertos de opiniões baseadas em gostos particulares ou de grupos segmentados que atacam uns aos outros: É muito comum ver o estudioso de exatas ridicularizar o de humanas, o médico desprezar o enfermeiro, o engenheiro civil desprezar o pedreiro, psicólogos behavioristas e psicanalistas se desprezarem mutuamente, os crentes e católicos se atacarem e por aí vai... Porém estas cisões entre os diversos campos do saber eu descrevi em outros textos meus: https://nea-ekklesia.blogspot.com/2021/07/as-relacoes-das-areas-do-saber.html

A Ciência já pesquisou sobre o bem ou sobre Deus? 

Antes do longo período conflituoso que se estendeu da expansão greco-macedônica até a disputa entre a Europa britânica e a Europa continental durante o Iluminismo, a "filosofia", ou seja, o amor à sabedoria, buscava entender a origem de todas as coisas, portanto, buscava entender todas as coisas. 

Então pode-se dizer que na Grécia Clássica (ao menos durante uns 2 séculos antes da expansão greco-macedônica) nenhum destes estudos eram separados. Após os "filósofos pré-socráticos" ou naturalistas desenvolverem suas ideias, questionando vários aspectos dos poemas da mitologia popular helênica, possivelmente após o contato com os persas e ex-babilônicos, cerca de um século depois, Sócrates desenvolveu seus estudos com estes filósofos e estendeu os estudos para questões menos naturalistas, como a importância da justiça e do Bem. Os persas de sua época (século 4 aC) tiveram contato com as civilizações hindu ao oriente, de onde possivelmente também obtiveram conhecimento, indicando um longo percurso de trocas de informações... Esta união de questionamentos e estudos foi um processo gradual que ocorreu em determinados períodos da história humana. Talvez a mais bem documentada, seja a época dos filósofos socráticos. 

É possível notar que o amor à sabedoria é recíproco: Busca-se saber/ conhecer por amor, e este saber/ conhecimento talvez não fosse difundido por toda sociedade, mas deveria ser aplicado à toda sociedade, como se fosse por amor. Por isso Sócrates fez críticas precisas às formas de corrupção dos governos, como aparecem na obra Politéia (A República), de Platão. Nesta obra, Sócrates critica não só os sofistas, que agiam como mercenários interesseiros transvestidos de filósofos, como também critica o governo "para os amigos" e o governo "pela força". Critica a desregulação e o culto ao dinheiro típico das oligarquias (semelhantes aos sistemas atuais de direita: liberalismo etc) e também critica o tirano autocrata e opressor. 

Sócrates mencionou valores sociais perdidos, questionou costumes fúteis que eram tidos como morais e corretos, tentou reduzir a desigualdade entre os sexos, sugeriu estruturas sociais-governamentais, reprimiu os atos interesseiros, mostrou a importância de determinados estudos, comprovou o valor da honestidade, diferenciou o interesse por recompensas do trabalho bem feito e abordou questões sobre a alma, sobre o além e quem foram os heróis e os deuses da mitologia. Nenhuma das críticas eram meramente destrutivas, muito pelo contrário, Sócrates indicava o caminho da sabedoria com amor. Tudo isso porque a verdadeira ciência era indissociável do Bem maior. 

Mas e os Sentimentos? O que têm a ver? 

Desenvolver sentimentos requer desenvolver empatia. E não só isso, requer incentivar que as pessoas se coloquem no lugar do próximo. São requerimentos básicos para o aprimoramento do convívio em sociedade. 

Alguém poderia falar: Um plano de distribuição de recursos bem executado acabaria com a desigualdade e a fome no mundo... Sim, mas quanto duraria essa equidade sem empatia e sem sentimento? Provavelmente um breve período de tempo, pois sem empatia e bons sentimentos, ressurgiriam rapidamente a ganância e o consumismo. 

 Quando criticamos o consumismo, estamos criticando com razão, as mídias que propagam tal ideia e as empresas que bancam e incentivam esse comportamento. Trata-se de uma indução psíquica, fomentar desejos e necessidades artificiais, não é algo meramente material: O espectador dessas propagandas/ ideias consumistas, pode realmente passar a crer que precisa comprar cada vez mais coisas. Estes desejos são fomentados para satisfazer temporariamente a ganância de quem "vende" (na verdade, de quem manda vender) os produtos, bens e afins. 

Do ponto de vista religioso isto deveria ser nítido, e portanto severamente condenável: Consumismo é o desprezo absoluto não só pela caridade, mas pela alma e pela dimensão espiritual. Isto é citado em várias religiões ao redor do globo: judaísmo, cristianismo, hinduísmo, budismo etc. Note que além do consumismo, temos a propagação das ideias de competitividade e produtividade, ambas invocando a suposta meritocracia. Tudo contra a caridade, o perdão, a humildade e o espiritual. 

Os sentimentos foram abordados pelos filósofos desde a antiguidade, mesmo que nem sempre fossem o centro das discussões. Neste texto não abordarei o conteúdo de Sócrates, transcrito por Platão, mas em suma, a própria palavra filosofia, significa amizade com o saber e às vezes é "traduzida" como amor ao saber.

Enfim, com este longo relato particular, seguido por um breve resumo das obras de Sócrates/ Platão, é possível notar que não é tão difícil discernir o que é o Bem e qual a sua importância. 

Referente as minhas experiências, muitos insistirão, sem provas empíricas nem fenomenológicas (ou de qualquer método investigativo), que se trataram de alucinações. Mas alucinações, se é que podem ser provadas por algum método científico, são produções da mente que ocorrem em geral por causa de algum mal funcionamento, seja do aparelho psíquico, aceito por bases de estudo mais teóricas, ou pelo cérebro, nos conformes limitados pelo empirismo. Sendo assim, alucinações ocorrem em estados patológicos (seja por traumatismos no sistema nervoso ou por estados febris), ou em estados de sofrimento psíquico intenso, capaz de causar transtornos psicológicos. O que ocorre em estados de lucidez e de saúde, não são alucinações. 

O "livro de lâminas" onde caí na minha experiência (que céticos chamariam de "sonho") citada anteriormente ao "voltar à Terra" ou "ao voltar a este espaço-tempo", me pareceu um símbolo: Possivelmente representava o contorcionismo milenar dos egoístas e dos orgulhosos (sensacionalismo, fake news, fanatismo religioso, incitação ao consumismo, "ciência" a favor da minoria etc) para esconder a verdade e para manter coisas indefensáveis como miséria, guerras, ignorância etc...

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