quarta-feira, 3 de abril de 2024

Leitura Ecumênica da Pregação e milagres em Cafarnaum

Pregação e milagres em Cafarnaum (Marcos, Lucas) 

"Entraram em Cafarnaum e, logo no sábado, indo ele (Jesus) à sinagoga, ali ensinava. 

E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas. 

Estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo (impuro), o qual exclamou, dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus. 

E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te, e sai dele. 

Então o espírito imundo, convulsionando-o e clamando com grande voz, saiu dele. 

E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! 

E logo correu a sua fama por toda a província da Galiléia."

A Cura da sogra de Pedro/ Pregação e milagres em Cafarnaum (Mateus, Marcos, Lucas) 

"Logo, saindo da sinagoga (de Cafarnaum), foram à casa de Simão e de André com Tiago e João. 

E a sogra de Simão estava deitada com febre; e logo lhe falaram dela. 

Então, chegando-se a ela, ordenou ele à febre, tomou-a pela mão, e levantou-a; e imediatamente a febre a deixou, e passou a servi-los. 

Tendo chegado a tarde, quando já se estava pondo o sol, trouxeram-lhe todos os que se achavam enfermos, e os endemoninhados. E toda a cidade se ajuntou à porta. 

Impondo-lhes a mão, curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades, e expulsou muitos demônios, porém não deixava falar os demônios, porque o conheciam. 

E, levantando-se de manhã, muito cedo, fazendo ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava. 

Eis que seguiram-no Simão e os que com ele estavam e, achando-o, lhe disseram: Todos te buscam. E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue; porque para isso vim. E pregava nas sinagogas deles, por toda a Galiléia, e expulsava os demônios."

Estas duas passagens estão juntas no texto de Marcos, certamente porque além de serem uma sequência cronológica, tratam praticamente de um mesmo assunto. 

Quando Jesus começou suas pregações e curas, ele falava com autoridade, isto é, tinha domínio sobre o que falava e demonstrava clareza. Isto aliado ao fato de realizar suas curas / milagres, demonstrava o quão próximo Jesus é de Deus. Por exemplo, para expulsar demônios (ou espíritos infelizes/ impuros de acordo com o espiritismo) Jesus não recorria a orações prontas nem a tipo algum de ritual: Ele lhes falava diretamente com firmeza. Esta certeza de que o bem existe e é superior a todas as coisas da Terra, é o seguimento da lei divina de amor e a fé em Deus, o criador onipresente em sua obra. Esta superioridade não é algo separado da vida terrestre: Não se trata de um tirano nem de uma entidade que despreza a Terra. É uma superioridade de amplitude e de profundidade de amor, pois Deus ama toda sua criação e ajudar o próximo e os necessitados é uma execução desta lei que é natural e sublime ao mesmo tempo. 

Também é importante notar que Jesus frequentemente se retirava em isolamento para orar. Isto indica uma busca por conexão com Deus. Um momento de paz e de proximidade com seu Pai, o piedoso Criador. A palavra Pai aqui é utilizada, não para insinuar que Deus é um homem, mas justamente para ressaltar a proximidade e o amor de Deus (poderia ser utilizada a palavra Mãe também). Afinal Deus é transcendente, tanto que cada religião e cada indivíduo, pode ter uma concepção diferente do Criador. Tentar descrever Deus é supérfluo, pois raramente é um assunto frutífero. O importante é amar toda a criação, se aproximando constantemente da lei de amar ao próximo como a si mesmo e de amar ao Todo, ou seja, amar a Deus.

 

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