domingo, 11 de fevereiro de 2024

Leitura Ecumênica do Batismo de Jesus

 

Batismo de Jesus (Mateus, Marcos, Lucas, João) 

"Então (no dia seguinte) veio Jesus da Galiléia ter com João Batista, junto do Jordão, para ser batizado por ele. E João disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 

Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu. E eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água. 

Mas (apesar de Jesus esperar receber seu batismo), João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? 

Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele (João, o batista) o permitiu. 

Sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus em forma de pomba descendo e vindo sobre ele. 

Eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (ponho minha afeição). 

E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como (na forma de) pomba, e repousar sobre ele. Eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo. E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus."

A aparência do Espírito de Deus é de menor importância nesta passagem do batismo de Jesus. Embora descrito como semelhante a uma pomba, a visão do Espírito, de acordo com as religiões hindus, pode estar relacionada a um chakra, ou qualquer elemento intermediário entre o mundo corpóreo e o espiritual - um assunto ainda pouquíssimo conhecido até este início de século 21. 

A ação realizada por João Batista é um mistério que deve indicar que Jesus, sendo o Messias de Deus, para propagar a lei divina de amor, precisou receber o batismo de outra pessoa fiel a Deus. Isto deve ser uma amostra da humildade de Jesus e da necessidade das relações na lei divina, que engloba as leis naturais, portanto as leis universais também. Afinal, quem ama de verdade, ama alguma coisa, pois o amor trata-se de um sentimento profundo, portanto interno do ser, mas transcendental, pois direciona-se para além de si mesmo. 

Em diferentes práticas da religião hindu, há uma ênfase no relacionamento guru (mestre ou professor) e discípulo. Embora seja comum que o discípulo hindu seja um aprendiz com longo caminho pela frente, há casos em que este alcança um nível equivalente ao do guru rapidamente. Isto ocorre porque os espíritos (encarnados ou desencarnados) têm “incontáveis existências” e um discípulo pode ser um espírito muitíssimo elevado que só precisa de “um despertar” com a ajuda de seu guru. 

Numa simples tentativa de manter o diálogo ecumênico, é possível que este último caso seja similar ao de Jesus de Nazaré: Apesar de sua tremenda sabedoria se manifestar desde muito cedo, ele “despertou” para sua missão após receber o batismo de João que fôra enviado por Deus para “abrir o caminho de Cristo”. Neste caso o “discípulo” Jesus não deve ter meramente se igualado ao mestre: ao receber o batismo, deve ter superado João Batista. 

Talvez a história de que Sócrates teve um sonho ou visão de que um cisne pousava aos seus pés pouco antes de conhecer Platão, tenha um elo com o relacionamento mestre/ discípulo ou  com o relacionamento anunciador e trabalhador/ guia da humanidade. Afinal Sócrates ficou conhecido por seus diálogos, mas quem registrou todo seu conhecimento foi seu pupilo Platão.

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