segunda-feira, 15 de julho de 2024

Leitura sobre "Missão dos Apóstolos / Recebem Instruções"

Recebem Instruções / Missão dos Apóstolos (Tomé, Mateus, Marcos, Lucas) 

"Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. 

Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. 

Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos, Nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordões; porque digno é o operário do seu alimento. Se jejuardes, dareis origem ao pecado para si mesmo; e se vocês orarem, serão condenados; e se vocês derem esmolas, vocês farão mal aos seus espíritos. Quando vocês entrarem em qualquer terra, cidade ou aldeia e andarem pelos distritos, procureis saber quem nela seja digno, e hospedai-vos aí, até que vos retireis. 

E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a; Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz. E ficai na mesma casa, se te receberem, comei o que eles te derem, e curem os enfermos entre eles, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa. Se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés."

Jesus envia os apóstolos primariamente aos que já tinham uma noção da religião abraâmica, dos ensinamentos de Moisés, enfim do judaísmo, evitando pagãos e materialistas contrários aos seus ensinamentos. Certamente fez assim porque era o início das pregações de seus apóstolos, deixando o mais difícil para depois. Afinal, não se pode ensinar algo a quem não quer aprender. 

Em seguida, Jesus ordena que seus discípulos curem, limpem, ressuscitem pessoas e expulsem demônios, sem cobrar coisa alguma, afinal caridade é ajudar sem desejar recompensa. 

 Céticos ou materialistas podem afirmar que as curas eram meros tratamentos e primeiros socorros e que as expulsões de demônios era simplesmente aliviar sofrimentos ou doenças mentais. Mas os mesmos não podem explicar de modo cético as ressurreições e certamente as consideram um mero conto para embelezar os ensinamentos de Jesus ou uma mentira inventada pela igreja após o cristianismo primitivo. O espiritismo e religiões que lidam com a mediunidade explica que são dons mediúnicos, mas mesmo entre espíritas, muitos recusam a possibilidade de ressurreição. Certamente porque Kardec explica que a reencarnação é abordada na bíblia sob o nome de ressurreição (como em Jó), mas mesmo que Jesus ou outro personagem da bíblia tenham tentado falar sobre a reencarnação, isto não exclui a possibilidade de alguém como Jesus Cristo ressuscitar os mortos, como fez com Lázaro e com o filho da viúva de Naim. 

Enfim, estes temas que abordam o “sobrenatural”, sejam milagres ou mediunidade, são de menor importância e pouco deveriam influenciar na prática do cristianismo: Amar ao próximo como a si mesmo e amar a Deus, pois Ele está em toda sua criação. 

Ao dizer para seus apóstolos não levarem dinheiro, nem bolsas, nem outros itens, Jesus não nega a previdência, o trabalho ou o progresso, pois Deus deu inteligência ao ser humano para descobrir e criar utensílios, vestes, moradas etc. Jesus está incentivando estes a confiarem em Deus e naqueles que acreditam em Deus e em sua divina lei de amor. Pode parecer difícil, ou até mesmo polêmico, mas trata-se de depender o mínimo dos bens materiais individuais para confiar mais na fé, em Deus e no próximo, sem ser ingênuo ou ignorante. Então, quando os apóstolos não puderam receber auxílio de pessoas fiéis aos ensinamentos, eles conservaram-se crendo em Deus, através da fé - um estado de espírito de grande humildade, de amor e de confiança para além de si mesmos. Afinal, não se pode servir o dinheiro e a Deus ao mesmo tempo, nem deve-se preocupar com as coisas vãs. 

Platão em “Apologia de Sócrates”, menciona que seu tutor (Sócrates) permaneceria até o fim da vida, exercendo a filosofia e perguntando se aqueles que militam em favor do dinheiro (a fim de possuir sempre mais) e da fama não sentem vergonha. Pois a pessoa que busca a sabedoria e/ou a verdadeira melhoria, não teme a morte nem se apega aos bens materiais na Terra: Se preocupa com a justiça e as leis voltadas ao bem da humanidade e com o numinoso, ou seja, com o espiritual, a existência além. O bem, ou a bondade, é belo e justo, pois cessa todos problemas na Terra, ainda que seja através de um longo processo histórico. 

Jesus continua suas instruções: "Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas. 

Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas; 

E sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios. Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós. E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão. E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo. 

Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem. 

Jesus disse (continuando): “Tornem-se transeuntes”. 

Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?"

Para ser “inofensivo como a pomba”, ou seja, piedoso e humilde, não é necessário ser ingênuo nem ignorante, por isso deve-se ser “prudente como a serpente”."

Jesus ainda diz para seus discípulos confiarem no espírito de Deus quando estiverem entregues aos seus opositores, afinal eles receberam a graça, ou para o espiritismo, receberam a mediunidade. Por fim, Jesus sabia que muitos odiavam seu nome e o que ele representava: Jesus Cristo representa o amor a todos os seres. Representa a humildade, o amor interior e o manifesto na amizade com a humanidade e a esperança no bem, em Deus e na vida eterna. 

Os seguidores de Jesus tiveram que enfrentar muitos opositores: Estes opositores à lei de amor, são de diversos tipos: Os mentirosos, os vaidosos, os violentos, os intolerantes, os gananciosos etc. Tais tipos de pessoas frequentemente são fascinadas por riquezas materiais ou por glória na Terra (status, poder etc) e mal toleram indivíduos similares a si mesmos, então porque iriam tolerar pessoas que ensinam sobre a importância da solidariedade, da humildade e do amor? Estas pessoas tomadas por esses sentimentos nocivos ao próximo frequentemente assumiram posições de poder na história, mesmo séculos após Jesus lançar seus ensinamentos no Império Romano: Imperadores traíram-se mutuamente até a queda deste império no ano de 480 depois de Cristo. Séculos depois, por volta dos anos 800 d.C., os príncipes e reis das primeiras dinastias francas ("pré francesas"), que alegavam aceitar o cristianismo, mataram uns aos outros em disputas por poder e riquezas materiais. E até mesmo guerras hipócritas em nome do cristianismo surgiram das cruzadas do século 11 até os confrontos internacionais entre católicos e protestantes do século 17. 

O seguidor de Cristo deve saber disso e saber manter-se fiel aos ensinamentos de Cristo mesmo diante os ofensores e os perseguidores. Os cristãos não precisam ser suicidas, pois fica claro que Jesus permite que eles se defendam evitando confrontos inúteis. Porém não deve-se desistir de ensinar e espalhar a lei divina de amor. 

"Enquanto isso, os homens tinham se reunido aos milhares em torno de Jesus, de modo que se atropelavam uns aos outros. Jesus começou a dizer a seus discípulos: Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se. 

Seus discípulos o interrogaram e lhe disseram: "Você quer nós para jejuar? Como devemos orar? Vamos dar esmolas? Que dieta vamos observar?" 

Jesus respondeu: "Não conte mentiras, e não faça o que você odeia, pois todas as coisas são claras aos olhos do Céu. O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados. E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo. 

Não se vendem dois passarinhos por um ceitil (centavo)? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos. 

Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus."

Jesus pede para que não temam aqueles que dizem conhecer os segredos, seja do saber religioso ou de qualquer outro saber. Também diz para não temer os que ameaçam fisicamente, pois a alma é imortal. Devemos nos defender daqueles que tentam nos convencer de abandonar o ensinamento de Cristo, seja com orações ou evitando tais indivíduos. A palavra de Cristo, o ensinamento sobre o bem e o amor, deve ser propagado para as pessoas: Não se deve ter vergonha de propagar seus ensinamentos, pois este que se envergonhar do bem e da humildade será esquecido no pós vida. Para se ter coragem de enfrentar aqueles que negam a importância da bondade ou que atacam a prática da solidariedade e a propagação da justiça é necessário manter-se firme nestas ideias e atitudes. Não se deve ter vergonha de evoluir e de querer a evolução dos (bons) sentimentos e da empatia solidária. A evolução destes conceitos é uma verdade necessária para o progresso de todos os seres humanos, pois está ligada à preocupação com o todo (toda sociedade, toda a humanidade, toda a criação de Deus).

 

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