sábado, 18 de janeiro de 2025

Leitura Ecumênica sobre Jesus e as Crianças

O que entregar aos anjos e profetas (Tomé) 
 Jesus disse: "Os anjos e os profetas virão a vocês e lhes darão o que vocês (já) têm. E vocês também, dêem-lhes o que vocês têm e digam a si mesmos: 'Quando eles virão e tomarão o que é deles?'" 

 Jesus diz que os anjos e profetas trazem algo para seus interlocutores. Certamente eles trazem o bem, os bons ensinamentos e os ouvintes de Jesus devem ser seus seguidores, os apóstolos, discípulos, enfim, os cristãos. Então é importante todos os cristãos perguntarem-se: Eu fiz o bem? Fiz tudo o que eu pude crendo na lei divina, que é de amor? 

 Jesus abençoa as crianças (Mateus, Marcos, Lucas) 
 Apresentaram-lhe crianças para que lhes tocasse, mas os discípulos repreendiam os que as traziam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se, e disse-lhes: Deixai vir pequeninos a mim, e não os impeçais; porque deles é o reino de Deus. 
 Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como criança, de maneira nenhuma entrará nele. 
 E, tomando-as nos seus braços, e impondo-lhes as mãos, os abençoou. 

 Certamente a maior parte da sociedade da época de Jesus tratava as crianças sem carinho e sem entender que elas são muito dependentes dos pais (de quem as criam). Pois a preocupação com a criança indefesa só começou a se propagar no início do século 18, e o entendimento da necessidade infantil por afeto só se propagou com estudiosos como Pestalozzi durante o século 19 na Europa. 
Jesus, por sua vez, já sabia da importância de tratar as crianças com expressões de bons sentimentos, como o carinho, e também sabia como elas estão abertas a aprender não só racionalmente/ cognitivamente, como também são abertas às emoções que os adultos transmitem a elas. Esta receptividade da criança pode ser comparada com uma humildade interior, ou seja, um dos requisitos básicos para seguir os ensinos de Jesus e a lei divina de amor ao próximo, a Deus e a si. Sem receptividade e sem humildade não se entra no reino dos céus, na verdade, nem se vive em paz na Terra. Ser receptivo não é ser frágil, nem aceitar qualquer ideia apresentada, afinal Jesus também exige de seus discípulos, vigilância e devoção à solidariedade. Ele diz “sejam pacíficos (inofensivos, simples) como a pomba e espertos (prudentes) como a serpente”.

 Como se tornar crianças do Reino dos Céus (Tomé, Filipe
 Jesus viu crianças sendo amamentadas e disse aos seus discípulos:  Estas crianças que estão sendo amamentadas são como aquelas que entram no Reino. 
Eles lhe disseram: Devemos nós, então, como crianças, entrar no Reino? 
 Jesus lhes respondeu: Quando vocês fizerem o(s) dois um, e quando vocês fizerem o interior como o exterior e o exterior como o interior, e o acima como o abaixo, e quando você fizer o macho e a fêmea uma e a mesma, para que o macho não seja macho nem o feminino feminino; e quando você faz olhos no lugar de um olho, e uma mão no lugar de uma mão, e um pé no lugar de um pé, e uma semelhança no lugar de uma semelhança; então você vai adentrar [o Reino]. 
 O Senhor fez tudo em um mistério, um batismo e uma crisma e uma eucaristia e uma redenção e uma câmara nupcial. [...] 
 ele disse: "Eu vim para fazer as coisas de baixo como as de cima, e as de fora como as de dentro. Eu vim para uni-las no lugar." 
 [...] aqui através de tipos [...] e imagens. 

 Tomé mostra que Jesus ensinava sobre a importância de abandonar os conceitos culturais sociais de sexualidade: O homem não é melhor do que a mulher, nem vice-versa - pois ambos devem buscar características dos “dois lados” neutralizando a convenção social do que é um homem e do que é uma mulher. O verdadeiro amor, ou seja, o amor de Deus, pouco se importa com convenções terrestres de sexualidade/ “gênero”: Os sentimentos bons e puros estão muito acima de tabus, de interesses em prazeres sensoriais e de vantagens materiais. 
 Interessante como isto também está de acordo com Sócrates e Platão: A busca pelo bem e pela verdade é essencialmente mental (de “psiquê”, ou seja, da alma), assim ela é muito mais sublime e mais importante do que os prazeres sensoriais intensos como os que envolvem a sensualidade e suas disputas, impulsos e vícios. Não se trata de reprimir a sexualidade e seus respectivos prazeres nem de simplesmente evitar consumir alimentos saborosos - é uma questão de decisão, escolha e força de vontade; Se a pessoa evita os prazeres, mas continua desejando-os, então ela não entendeu o que é escolha nem força de vontade. A psiquê, seja mente e/ ou alma, deve ser livre em sua escolha por priorizar viver o bem/ as virtudes, como a humildade, a serenidade, a atenção, a paciência, o querer o bem dos outros e fazer o bem de coração etc.
 Reforçando a importância do aspecto mental, ou seja, da alma, Jesus disse para seus discípulos tornarem seu exterior como o interior. Seguindo o mesmo ensinamento, no diálogo Fedro, Platão mostra a oração em que Sócrates pede para ser humilde e honesto (veraz, transparente) - Isto é ser verdadeiro, não esconder nada, tornar sua aparência externa harmoniosa com sua alma. Assim, o corpo puro, se torna como a alma, que em sua origem como criação de Deus, é luz pura: A luz no sentido espiritual, além do universo material. Isto é unir o corpo com o espírito, o gnóstico com o ortodoxo, o que pensa no bem da alma e do mundo espiritual e o que pensa no bem do corpo e no bem do mundo material.

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