Porém, Jesus lhe disse: Um certo homem (rei) fez uma grande ceia (celebrava as bodas de seu filho), e convidou a muitos.
E à hora da ceia mandou o(s) seu(s) servo(s) dizer(em) aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado. E todos à uma começaram a escusar-se.
Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e importa ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado.
O servo foi até outro e disse: Meu mestre o convidou.' E o segundo respondeu: Comprei cinco juntas de bois (uma casa), e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado.
Então ele foi até outro e lhe disse: 'Meu mestre o convida.' E o (terceiro) convidado lhe disse: Casei, e portanto não posso ir. Por fim, o servo foi até outro e disse: 'Meu mestre o convidou.' E ele respondeu: 'Tenho reclamações contra alguns comerciantes. Eles estão vindo para mim esta noite. Devo ir e dar-lhes minhas ordens. Peço para ser dispensado do jantar.
Outros lançaram mão de seus servos, insultaram-os e mataram (alguns deles).
E, voltando aquele servo, anunciou estas coisas ao seu senhor. Então o (rei) pai de família, indignado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas (encruzilhadas) e bairros da cidade, e traze aqui (todos quantos achardes) os pobres, e aleijados, e mancos e cegos.
E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste; e ainda há lugar.
E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se encha.
Porque eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia. E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados.
O rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo vestes nupciais? E ele emudeceu.
Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Empresários e comerciantes não entrarão nos Lugares de Meu Pai."
Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
Nesta parábola, Jesus compara o reino dos céus a um festim, onde tudo é alegria e ventura. Os que deram desculpas para não irem ao festim, representam as pessoas que, ao longo da história, priorizaram as rotinas da vida terrestre (negócios etc) e acabaram pouco se importando com a lei divina de amor. Os que atacaram e mataram servos do Rei (os profetas de Deus), são os líderes corruptos das sociedades, que abominam a bondade, a justiça, a verdade e a equidade.
Muitos dos hebreus/ judeus acreditavam que quando Deus prometeu que a posteridade de Abraão iria cobrir toda a Terra, ele estava prometendo um domínio político e terrestre. Antes da vinda de Cristo, com exceção dos judeus, praticamente todos os povos eram politeístas e idólatras, sendo poucos indivíduos que haviam concebido a unidade de Deus, o onipresente criador. Assim, esta ideia foi mantida por minorias de iniciados que ocultavam tais conhecimentos das massas, que em sua maioria, não aceitava ou não entendia o monoteísmo, nem a ideia de um criador onipresente. Mas a promessa de Deus a Abraão se referiu a uma posteridade espiritual, ou seja de fé e de atitudes que priorizam a lei divina, que por sua vez, prioriza a vida e toda a criação.
Portanto Jesus indica que Deus espera que todos os seres humanos pratiquem a solidariedade e o perdão, pois não basta dizer-se cristão, nem apenas ir às missas, aos cultos e templos. Aqueles que desprezam a lei divina de amor, serão abandonados e aqueles que a repelem, sofrem as consequências de suas obras egoístas e horríveis. Afinal mentir a Deus, o onipresente criador de todas as coisas, é um grande erro, portanto é ridículo tentar enganá-lo para conseguir qualquer recompensa após a vida na Terra, como adentrar o reino dos céus.
Sal na Terra e luz no mundo (Mateus, Marcos, Lucas)
Vós sois o sal da terra; o sal é coisa boa; mas se perder o sabor (o sal for insípido), com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens; nem para adubo servirá.
Tendes sal em vós, e viveis em paz uns com os outros.
Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;
Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
Que vos parece? Um homem possui 100 ovelhas e uma delas se desgarra. Não deixa ele as 99 na montanha para ir buscar aquela que desgarrou? Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um destes pequeninos.
Jesus mostra que quem o ouve, deve viver para o próximo. O sal existe para salgar algo, a luz, para iluminar algo e a cidade para ser habitada por alguém, sendo que nenhuma destas coisas existem para ficar escondidas. Viver para o próximo praticando os ensinamentos de Jesus, é propagar o bem, é praticar caridade e solidariedade glorificando a Deus e não a si mesmo. Ensinar às pessoas que a humildade, o amor e a solidariedade resolvem praticamente todos os problemas da humanidade, evitando ser rude e priorizando boas emoções ao invés da severidade.
Considerando que o sal nunca perde seu sabor, é possível que Jesus também esteja dizendo que somos espiritualmente imortais, ou seja, nossa alma não só continua além da vida na Terra, como existe para resplandecer a luz, ou seja, propagar a lei divina do amor.
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